Prenda: Diretrizes para a pilcha Feminina.

 

O Movimento Tradicionalista Gaúcho, reunido na 67ª Convenção Tradicionalista Gaúcha, realizada em 29 e 30 de julho de 2005, na cidade de Tramandaí, aprovou as presentes DIRETRIZES para a “Pilcha Gaúcha”, conforme determina o parágrafo único do Art. 1º da Lei n° 8.813 de 10 de janeiro de 1889, com alterações introduzidas pela 69ª Convenção Tradicionalista Extraordinária, realizada no dia 20 de maio de 2006, na cidade de Bento Gonçalves.

 

I - DA PILCHA PARA ATIVIDADES ARTÍSTICAS E SOCIAIS

Indumentária a ser utilizada nas atividades cotidianas, apresentações artísticas e participações sociais, tais como bailes, congressos, representações, etc.

- SAIA E BLUSA OU BATA: Nas apresentações artísticas, o traje feminino deve representar a mesma classe social do homem.

Saia com a barra no peito do pé, godê, meio-godê ou em panos.

Blusa ou bata de mangas longas, três quartos ou até o cotovelo (vedado o uso de “boca de sino” ou “morcego”), decote pequeno, sem expor os ombros e os seios, podendo ter gola ou não.

Tecidos: lisos e mais encorpados, sem usar enfeites dourados, prateados, pinturas à óleo e demais tintas e purpurinas, bordados, ter o cuidado de escolher cores harmoniosas e lisas, esquecendo as cores fortes, berrantes e fosforescentes.

- SAIA E CASAQUINHO: Saia com a barra no peito do pé, godê, meio-godê ou em panos, sem bordados.

Tecidos: lisos e mais encorpados, não transparente, sem usar enfeites dourados, prateados, pinturas à óleo e demais tintas e purpurinas. Bordados discretos, ter o cuidado de escolher cores harmoniosas e lisas, esquecendo as cores fortes, berrantes e fosforescentes.

Casaquinho: de mangas longas (vedado o uso de mangas “boca de sino” ou “morcego”), gola pequena e abotoado na frente.

Obs.: Saia com casaquinho (roupa de época), a saia deve ser lisa. No casaquinho poderá ter bordados discretos.

- VESTIDO: Inteiro e cortado na cintura ou de cadeirão ou ainda corte princesa com barra de saia no peito do pé, corte godê, meio-godê, franzido com ou sem babados.

Mangas – longas, três quartos ou até o cotovelo, admitindo-se pequenos babados nos punhos, sendo vedado o uso de “mangas boca de sino” ou “morcego”.

Decote – pequeno, sem expor ombros e seios.

Enfeites – de rendas, bordados, fitas, passa-fitas, gregas, viés, transelim, crochê, nervuras, plisses, favos. É permitida pintura miúda, com tintas para tecidos. Não usar pérolas e pedrarias, bem como, os dourados ou prateados e pintura a óleo e demais tintas ou purpurinas.

Tecidos - lisos ou com estampas miúdas e delicadas, de flores, listras, petit-poa e xadrez delicado e discretos. Podem-se ser usados tecidos de microfibra, crepes, oxford. Não serão permitidos os tecidos brilhosos ou fosforescentes, transparentes, slinck, lurex, rendão e similares.

Cores – devem ser harmoniosas, sóbrias ou neutras, evitando-se contrastes chocantes. Não usar preto, as cores da bandeira do Brasil e do RS (combinações)

Na categoria mirim: não usar cores fortes (ex: marrom, marinho, verde escuro, roxo, bordô, pink, azul forte).

- SAIA DE ARMAÇÃO: Leve e discreta, na cor branca. Se tiver bordados, estes devem se concentrar nos rodados da saia, evitando-se o excesso de armação. O comprimento deve ser inferior ao do vestido.

- BOMBACHINHA: Branca, de tecido, com enfeites de rendas discretas, abaixo do joelho, cujo comprimento deverá ser mais curta que o vestido.

- MEIAS: Devem ser de cor branca ou bege e longas, o suficiente para não permitir a nudez das pernas.

- SAPATOS: Nas cores preta, marrom e bege, com salto 5 ou meio salto, com tira sobre o peito do pé, que abotoe do lado de fora ou botinhas pretas, marrom (vários tons de marrom). O salto da botinha é de 5cm.

Não é permitido: Uso de sandálias e nem de sapatos abertos com vestidos, saias e casacos e saia e blusa.(em nenhum momento é permitido o uso de sapatos abertos com pilcha feminina).

- CABELOS: Podem ser soltos, presos, semi-presos ou em tranças, enfeitados com flores naturais ou artificiais, sem brilhos ou purpurinas.

Obs.: O coque é permitido somente para prendas adultas e veteranas.

As flores poderão ser usados por prendas adultas e juvenis, bem como, um pequeno passador (travessa). As prendas mirins não usam flores. Proibido o uso de plástico.

- MAQUIAGEM: Discreta de acordo com a idade e o momento social.

OBSERVAÇÕES:

a. Nas atividades de serviço (torcida, atividades nas escolas, eventos campeiros), a prenda poderá usar: saia e blusa, bombachas feminina (lisa, sem bordado, com abertura lateral) e camiseta em manga com gola “V” ou redonda, com o símbolos da entidade, da Região Tradicionalista ou do MTG, chinelo campeiro (de couro), alpargata, alpargata de couro. 

b. Nos Congressos, Convenções, Concursos de Prendas, Concurso de Peões (parte artística), Encontros Regionais, Visitas Sociais, não é permitido o uso de bombachas feminina.

c. A faixa das prendas deverá ser substituída por crachá sempre que estiver com o traje alternativo ou de bombachas.

d. A Categoria Mirim (masculino e feminino) usará pilcha de acordo com o que prescreve o “Livro de Indumentárias”, editado pelo MTG. 

II - DA PILCHA CAMPEIRA

Indumentária a ser utilizada nas atividades campeiras, tais como rodeios, cavalgadas, desfiles e outras lidas.

- CHAPÉU: de feltro ou pelo de lebre com abas a partir de 6 cm, com a copa de acordo com as características regionais.

Obs. É vedado o uso de boinas e bonés.

- BARBICACHO: de couro cru, sola ou crina, podendo ter algum enfeite de metal.

- LENÇO: de uso opcional. Quando usado não poderá ser uma tira ou fita.

- CAMISA: estilo social, com mangas longas ou curtas, com colarinho e botões na parte frontal, podendo ter cortes e características femininas (rendas, babados, etc), em cores sóbrias, de acordo com as determinações regionais. Sendo vedado o uso de camiseta e camisa gola polo.

- CINTO (guaiaca): de uso opcional, porém quando usado, tendo de uma a três guaiacas, internas ou não, com uma ou duas fivelas frontais, ou artesanal de couro cru, com ou sem guaiacas, mas sempre com uma ou duas fivelas frontais. 

- TIRADOR: de uso opcional, exceto para pealar. Quando usado, este substituirá o cinto quando tiver um reforço na parte superior(cintura) imitando um cinto, com ou sem guaiacas e que tenha no mínimo uma fivela de tamanho grande(5 a 7cm).

- FAIXA: de uso opcional. Quando usada deverá ser acompanhada do cinto e ser de lã, nas cores preta ou vermelha.

- BOMBACHAS: com ou sem favo, sem bordados e sem pregas costuradas. Podendo ser de estilo feminino, ou seja, com aberturas laterais. A largura das bombachas, na altura da perna, será, aproximadamente, a mesma largura da cintura. Naturalmente as bombachas femininas serão mais estreitas do que as masculinas.

- BOTA: de couro, nas cores preta, marrom e amarela (baia).

- ESPORAS: de uso opcional. Quando utilizadas, deverão ser dotadas de rosetas não pontiagudas.

- FACA: de uso opcional.

Obs.:

1) Aconselha-se que quando a prenda for montar com vestido ou saia, que ela use o selim e não as montarias convencionais.

2) Poderão também ser usados os trajes alternativos regionais, desde que devidamente comprovados e aprovados em Encontro Regional.

III - DA PILCHA PARA A PRÁTICA DE ESPORTES

Indumentária a ser utilizada nas atividades esportivas, tais como jogos de truco, bocha campeira, tava, etc.

-  CHAPÉU: de uso opcional, de feltro ou pelo de lebre com abas a partir de 6 cm, com a copa de acordo com as características regionais, porém para as provas realizadas em locais cobertos, é vedado o seu uso.

Obs. É vedado o uso de boinas e bonés.

- BARBICACHO: de couro cru, sola ou crina, podendo ter algum enfeite de metal.

- LENÇO: de uso opcional. Quando usado não poderá ser uma tira ou fita.

- CAMISA: estilo social, com mangas longas ou curtas, com colarinho e botões na parte frontal, podendo ter cortes e características femininas (rendas, babados, etc), em cores sóbrias, de acordo com as determinações regionais. Sendo vedado o uso de camiseta e camisa gola polo.

- CINTO (Guaiaca): de uso opcional, porém quando usado, tendo de uma a três guaiacas, internas ou não, com uma ou duas fivelas frontais, ou artesanal de couro cru, com ou sem guaiacas, mas sempre com uma ou duas fivelas frontais.

- FAIXA: de uso opcional. Quando usada deverá ser acompanhada do cinto e ser de lã, nas cores preta ou vermelha.

- BOMBACHAS: com ou sem favo, sem bordados e sem pregas costuradas. Podendo ser de estilo feminino, ou seja, com aberturas laterais. A largura das bombachas, na altura da perna, será, aproximadamente, a mesma largura da cintura. Naturalmente as bombachas femininas serão mais estreitas do que as masculinas.

- BOTA: de couro, nas cores preta, marrom e amarela (baia).

- CHINELO CAMPEIRO: em couro e fechado na frente.

- ALPARGATAS: de lona com solado de corda, ou de couro com solado de couro.

- FACA: é vedado o seu uso.

OBSERVAÇÕES GERAIS PARA TODAS AS SITUAÇÕES:

É vedado, por não fazerem parte da indumentária tradicional do gaúcho:

a. Bonés e boinas;

b. Barbicachos exclusivamente de metal;

c.  Chapéus de couro, palha, ou qualquer material sintético;

d.  Cinto com rastra (enfeite de metal com correntes na parte frontal);

e.  Botas de borracha ou de lona.

Fonte: Diretrizes estabelecidas na 67ª Convenção Tradicionalista, 

realizada em Tramandaí no ano de 2005. MTG - www.mtg.org.br

 

LENÇO NO PESCOÇO

O lenço do gaúcho, em sua evolução desceu da cabeça ao pescoço de início ainda com as pontas para trás. Popularizou-se ao ser adotado, politicamente, como designativo de cor partidária. Para destacar a cor símbolo de luta, surgiu o lenço gaúcho nos moldes atuais, atado ao pescoço e solto ao peito. As cores mais tradicionais são a branca e a vermelha.

A partir da Revolução Federalista (1893), o lenco gaúcho surge no Rio Grande do Sul como meio de distinção entre os federalistas e os republicanos. Gaspar Martins, político liberal, fundou o Partido dos Federalistas adotando o lenço Vermelho (maragato). Como símbolo de luta Julio de Castilhos, político aliado do Governo Federal, defendia o Partido

Republicano e tinha como símbolo o Lenço Verde (Pica-paus). Mais tarde, o general Flores da Cunha, ao fundar o Partido Republicano Liberal, adotou o lenço Branco (chimango). Foi a partir do poemeto Äntônio Chimango" (onde Ramires Barcelos, com codinome Amaro Juvenal, satirizava ogovernador da época, Ant6onio Augusto Borges). Que os republicanos ficaram conhecidos como chimangos.

Hoje o lenço de pescoço é peça integrante da indumentária gaúcha, e sua cor nãomais reflete posição político-partidária.

O Lenço gaúcho consiste em um tecido quadrangular (geralmente seda), de cor única, exceção ao xadrez miúdo (carijó) e nunca de tecido estampado. As cores mais usadas, são as históricas - vermelho e branco - ressaltando que o lenço preto representa tradicionalmente o sentimento de luto. Diversas são as formas de atar o lenço, sendo o nó farroupilha (1835) e o nó federalista (1893);

- nó tradicional, comum ou getulista (usado pelo Presidente Getúlio Vargas) foi adotado pelos chimangos, sendo, portanto , feito em lenços de cor branca.;

- nó quadrado ou domador, usado nas cores vermelha ou preta, foi adotado por Assis Brasil, que era maragato;

- nó farroupilha, também conhecido como bago de touro, usado nas cores farroupilhas ou preto;

- nó ou tope farroupilha, muito usado de 1935 em diante pelos revolucionários farrapos;

- nó dois topes, também sem conotação política, pode ser feito em qualquer cor de lenço;

- nó pachola, por representar a alegria, pode ser usado em qualquer cor de lenço, exceto a preta (significa a tristeza do luto)

- nó crucifixo, usado somente em festas religiosas , pode ser atado em lenço de qualquer cor.

 

Fonte: Departamento de Cultura 13ª Região Tradicionalista